quinta-feira, 21 de agosto de 2008

E ainda dizem que o poeta é um fingidor...

Eu finjo que estou bem para quem me pergunta como vou.
(Também essa pessoa fingia que queria saber de mim – eu penso.)

Finjo que não ligo para as coisas para “viver” melhor.
Disfarço.
Viro o rosto.
Mudo de lado na rua.

Assim não penso.
Assim não sofro.
Assim não dói.

Mantenho o meu sorriso tolo.
E me faço de boba...
É bem mais fácil fugir.

Eu finjo que não penso mais em você.
Ou finjo que você pensa em mim.
Assim me conforta.

Eu finjo que crianças passando fome é ficção.
Finjo que no país não há corrupção.
Assim não incomoda.

Para não sair do meu mundo perfeito.
Para não trocar minhas lentes cor-de-rosa.

Enxergar a verdade (e viver) dói demasiadamente... profundamente.
Mas você é quem escolhe...

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